Alimento hiperpalatável é aquele criado a partir de uma mistura de açúcar, sódio e gordura em quantidades projetadas para maximizar a palatabilidade e o consumo desses alimentos, artifício muito utilizado pela indústria alimentícia.
Esses alimentos conseguem “enganar” os mecanismos fisiológicos de saciedade e ativar o circuito neural de recompensa – alterando funcionamento do hipotálamo (responsável pelo controle da fome/saciedade/prazer).
Ou seja, conseguem postergar a sensação de saciedade – fazendo com que não consigamos parar de comê-los, e isso com o tempo pode gerar um ciclo vicioso, em casos graves podendo gerar quadros de compulsão alimentar.
E como identificá-los?
Um estudo realizado pela Universidade de Kansas, nos EUA, e publicado no final de 2019 conseguiu definir com clareza qual a composição desses alimentos, sendo aqueles com:
– mais de 25% de sua energia proveniente das gorduras e 0,3% ou mais do seu peso de sódio. Como o bacon, cachorro-quente e algumas pizzas;
– mais de 20% de sua energia proveniente de açúcares simples e a mesmo percentual de gorduras. Por exemplo: brownie, bolo e sorvete;
– ou mais de 40% da energia proveniente de carboidratos e 0,2% do seu peso de sódio, como pães e bolachas.
Como tentar reduzir o consumo desses alimentos:
– Reduzir alimentos de alto índice glicêmico, como farinhas brancas;
– Acrescentar fibras na dieta – induzem maior saciedade;
– Evitar os alimentos ultraprocessados – salgadinhos, refrigerantes, biscoitos (dotados de hipersabor e hipercalóricos).
E por fim, se o paciente está com dificuldade para reduzí-los ou esteja apresentando sinais de compulsão alimentar, torna-se fundamental o acompanhamento com uma equipe multidisciplicar (endocrinologista, nutricionista e psicólogo).
Fontes:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31689013/?from_term=palatable+food&from_pos=4
https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0117959